PRINCIPIO DO FAZER
“6 – À natureza universal compete-lhe soterrar o que anda à flor da terra, transformá-lo, e transferi-lo de lá para outro sitio. Tudo muda; tudo é rotineiro, ninguém tema o insólito, mas as sortes distribuídas equivalem-se.” Livro VIII, Pensamentos, Marco Aurélio
É da generosidade da partilha que surge muitas vezes o melhor que o mundo tem para dar. É no acaso das afinidades dos corpos que o mundo encontra respostas para problemas que, pela sua imponderabilidade não conseguem ser prescritos.
Formar este grupo para mais uma exposição, é a certeza desse encontro com o livre arbítrio e o silêncio do outro, que dá um sentido e um contexto ao nosso, enquanto testemunho daquilo que todos fazemos. Actuar nestas circunstâncias é a certeza do cumprimento de um devir, da necessidade de mexer na materialidade das coisas e responder a problemas que não sabemos colocar, mas para os quais procuramos solução.
É na tentativa que está o virtuosismo deste movimento, mesmo quando reféns de certas coordenadas tentamos abarcar tudo o que existe, de uma vez. Coterie é este encontro de singularidades, muito mais do que outra coisa qualquer. Vem da necessidade de mostrar e insistir no fazer, de confiar no tempo e nas respostas que o silêncio nos dá. E assim também acabando por se revelar, neste caso, num corpo heterogéneo, novo e inesperado, resultado de uma acção. Se não fizermos o que devemos dificilmente poderemos saber o que isso é. E é justamente nessa procura, que se enquadra o nosso propósito.