12 MONTANHAS ***
PEDRO CALHAU
GALERIA MÓDULO
EXPRESSO 2015
Arco do Cego 22 de Novembro de 2015
O nosso olhar flutua entre a pintura e o desenho, aliás as 12 Montanhas de P. Calhau (n. 1983) são apresentadas como “um conjunto de desenhos executados a acrílico sobre papel”, mas o que vemos é o gesto do pintor que desenha com o pincel, tanto na definição como na indefinição das formas; uma fronteira portanto. Se reparamos nas formas temos quase sempre paisagens habitadas ou marcadas por uma insígnia que pode aproximar-se da Aquila das legiões romanas, ou servir-nos um conjunto de citações difíceis de definir porque jogam na mistura e na indefinição que daí advém. Quase sempre em posição central, aposta á montanha, ao arvoredo, ou flutuando sobre as águas, essa insígnia assina o espaço e marca uma outra fronteira a da natureza com a cultura. Sinal de posse? Pelo menos sinal de presença, ela funciona como uma gigantesca assinatura, ou um igualmente gigantesco ponto de interrogação que é, sobretudo, um sinal de perturbação, uma “inquietante estranheza” dir-se-ia. Dois desenhos há que funcionam de modo diferente, um mostra um interior e o outro é um espaço urbano ou, pelo menos, construído, em ambos os casos a cultura soma-se à cultura, o espaço vibra de um modo diferente e a inquietação transforma-se em curiosidade; não há neles espaços ermos, desérticos no sentido medieval, como os outros são apontando porventura caminhos diferentes. Porém a imagem mais forte, aquela que fica, é a do contraste inicial, do deserto habitado, da inquietação, tanto mais forte, quanto menos conseguimos decifrar esses sinais de uma presença humana.
GALERIA MÓDULO
EXPRESSO 2015
Arco do Cego 22 de Novembro de 2015
O nosso olhar flutua entre a pintura e o desenho, aliás as 12 Montanhas de P. Calhau (n. 1983) são apresentadas como “um conjunto de desenhos executados a acrílico sobre papel”, mas o que vemos é o gesto do pintor que desenha com o pincel, tanto na definição como na indefinição das formas; uma fronteira portanto. Se reparamos nas formas temos quase sempre paisagens habitadas ou marcadas por uma insígnia que pode aproximar-se da Aquila das legiões romanas, ou servir-nos um conjunto de citações difíceis de definir porque jogam na mistura e na indefinição que daí advém. Quase sempre em posição central, aposta á montanha, ao arvoredo, ou flutuando sobre as águas, essa insígnia assina o espaço e marca uma outra fronteira a da natureza com a cultura. Sinal de posse? Pelo menos sinal de presença, ela funciona como uma gigantesca assinatura, ou um igualmente gigantesco ponto de interrogação que é, sobretudo, um sinal de perturbação, uma “inquietante estranheza” dir-se-ia. Dois desenhos há que funcionam de modo diferente, um mostra um interior e o outro é um espaço urbano ou, pelo menos, construído, em ambos os casos a cultura soma-se à cultura, o espaço vibra de um modo diferente e a inquietação transforma-se em curiosidade; não há neles espaços ermos, desérticos no sentido medieval, como os outros são apontando porventura caminhos diferentes. Porém a imagem mais forte, aquela que fica, é a do contraste inicial, do deserto habitado, da inquietação, tanto mais forte, quanto menos conseguimos decifrar esses sinais de uma presença humana.