PEDRO CALHAU
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PEDRO CALHAU

TRABALHO / WORK

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series (2009-(...))

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CONJUNTOS / SETS

sobre o trabalho / about the work

O trabalho que tenho desenvolvido obedece a uma ideia/paradigma/ metodologia, que passo a explicar:
Depois de escolher uma ou mais famílias de imagens, estas serão coleccionadas, e doravante passarão a ser tidas como pontos de partida para a realização de  series de desenhos, pinturas , vídeos e mais recentemente objectos tridimensionais. O ímpeto da escolha de cada material  está ligado umbilicalmente com a necessidade particular de materialização de cada objecto final.
Originalmente  as premissas iniciais que levavam à realização de series de trabalho  eram  exclusivamente compostas por  famílias ou grupos de imagens. Hoje, com o decorrer da pratica,  são tidos em conta três tipos de objectos que poderão ser designados  de – nomes, materiais e conceitos.

                Por Nomes designa-se  um família ou categoria de objectos (ex. carros; galáxias, mapas …) onde o substantivo  possa de uma forma universal enunciar o colectivo de todos os objectos que partilham aquele nome. ( originalmente era exclusivamente este “o canal” que me levava a coleccionar um determinado grupo ou família de imagens)
                Por Materiais designam-se técnicas (ex. marmoreado, colagem etc.) ou materiais ( aguarela, no caso da serie gelado, por exemplo) que entram na proposta para uma serie como um factor identitário e primordial da proposta  inicial. (ex. uma parte importante do problema inicial da serie Cosmos foi o uso da técnica de marmoreado como um utensílio para “gerar” desenhos sugestivos de hipotéticos mapas ou cartografias .A serie  foi feita em papeis previamente marmoreados. Partindo das “sugestões“, desses desenhos aleatórios,  foram executados  os desenhos finais pertencentes à serie.
                Por Conceitos designam-se ideias ou conceitos que entram na proposta para uma serie como um factor identitário e primordial do problema inicial. ( ex. a expressão our founding fathers de que me apropriei da Historia dos Estados Unidos da América para no contexto do meu trabalho dar nome a uma serie e ao mesmo tempo tentar invocar um principio fundador de uma identidade ou de um sentido de ser. )

 Cada serie começa como uma “coisa mental”, como utensílio a esse processo, socorro-me de um dispositivo da matemática, o diagrama de Venn. Este dispositivo permite-me visualizar o modo como os diferentes objectos, são tidos em consideração em determinada serie e como se afectam entre si. É das afinidades entre determinados nomes, materiais e conceitos que surgem as diferentes series de trabalho.
Uma vez seleccionadas as “peças do jogo”, todos os  elementos passam a habitar as mesas de trabalho e as paredes  do atelier . Este  “jogo”serve assim, de premissa para a formulação dos problemas iniciais que precedem cada serie.

A execução de uma serie de trabalho vive assim da relação do artista com as escolhas que fez previamente e que agora lhe permitem  olhar para o “fazer” e estar no atelier com maior liberdade. Um enquadramento que à primeira vista podia ser entendido como um constrangimento, é na realidade, a porta de entrada para um universo particular, que sem esta abordagem inicial mais conceptual e metodológica se tornaria para ele  inalcançável.  
A obra foca-se sobre uma espécie de investigações que procuram compreender o mundo de uma forma dialéctica e universal. 
Outro aspecto importante que este processo viabiliza,  é o gradual desapego da importância do artista enquanto autor. O artista é mais um médium ao serviço da obra. Nesse sentido não é nada importante em comparação com o todo que a “arquitectura da obra” abarca e personifica.
Um das descobertas e benesses da minha prática artística é o alcançar, cada vez mais, este grau de desapego. Na minha pratica diária no atelier eu estou, e sirvo para servir o devir que me levou lá naquele dia. Eu não sou nada importante e isso é um motivo de grande felicidade. A felicidade que é proporcionada pelo facto de por alguns momentos poder sair de mim e ser só mais uma coisa no mundo. A felicidade de poder exercer a minha pratica como um veiculo para a minha incessante curiosidade e busca de conhecimento.  

The working frame of my practice  operates  thru ideas/ methodologies or paradigms that could be explained as follows:
After we pick one or more families of images, those will be collected, and the forward will be considered to be used as starting points in the making of a series of drawings, paintings, videos, and more recently tridimensional objects.  The will that leads the choice to every material has a straight connection with the desire to fulfil the potential and nature of every particular final object.
At first, the premises that lead to a series of works were exclusively made from collections of images. Now, as the practice progresses, we could consider three types of objects that could be named as – nouns, materials and concepts.  

For nouns, we understand a certain family of objects (ex. Cars, galaxies, maps, etc.) where a noun represents the universal group of every single object that shares that given name.
For materials, we understand techniques ( marbling, collage,  …etc.) or materials ( oil painting, watercolour) that act in a certain idea to a series in a way that contributes decisively to the overall results of the series. An example on the series Cosmos was the use of the marbled paper was crucial in the ground step of “generating” maps and cartographies.  The maps in the series were made from the previous shapes that were done with marbled paper. Starting from those “suggestions” the artist continued to do the actual drawings that embody this series.          
For concepts, we understand ideas or concepts that act in a certain idea to a series in a way that contributes decisively to the overall results of the series.  For example the expression “our founding fathers” borrowed from the USA history which the artist brings to the context of his practice to relate to a sense of identity or being.

Each series starts as a thought process. The Venn diagram operates as a tool that helps the artist lay down all his interests in one chart providing a visual understanding of the problem and so forward helping the artist realize what´s at stake for that series. The affinities between these nouns, materials and concepts represent the basic keystones from whom the series are made of.
As the puzzle pieces are drawn, these elements will fill the studio space. The overall development of a series of works goes from the relations and the bounds that the artist created along with his thought process. When that part is settled, the process continues in the studio and embodies all aspects that come with that prerogative. The aim is to free the act of the actual making of the work from anything that isn’t necessary.
On a broader scope, work focuses on these types of investigations that intend to understand the world universally and dialectically.
The other aspect that this methodology enables is a greater level of detachment. When at the studio the artist doesn’t see himself so much in the part of “the creator”, but much more as one piece on the architecture that leads to the manufacturing of his art and his process. He doesn’t feel more important than any other thing that helps him to achieve his purpose and that is a source of great joy. The joy of being part of something greater than yourself and for a moment being aligned with the world. The joy of being able to extend is a practice as a source of unbound curiosity and searching for knowledge.